Centro de Território, Ambiente e Construção
Escola de Engenharia da Universidade do Minho
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@inproceedings {2768, title = {Tradi{\c c}{\~a}o em Continuidade: as Quintas da Terra Fria do Nordeste Transmontano}, journal = {4 Congresso Nacional Casa Nobre - um patrim{\'o}nio para o futuro}, volume = {Tomo II - Patrim{\'o}nio, Turismo e Desenvolvimento Regional}, year = {2017}, month = {2017-11-27 00:00:00}, pages = {1014-1028}, publisher = {Munic{\'\i}pio de Arcos de Valdevez}, address = {Arcos de Valdevez, Portugal}, abstract = {Reconhecendo o impacto do desenho arquitect{\'o}nico nos modos de vida e no ambiente, prop{\~o}e-se uma (re)leitura cr{\'\i}tica da arquitetura vern{\'a}cula transmontana, procurando identificar estrat{\'e}gias que a relacionem com o homem e o territ{\'o}rio e que possam ser reinterpretadas hoje no sentido de uma maior sustentabilidade social, ambiental e econ{\'o}mica que, simultaneamente, respeitem a identidade local. A investiga{\c c}{\~a}o que se apresenta centrou-se nas quintas da Terra Fria do Nordeste Transmontano, caraterizadas pela dispers{\~a}o em torno dos n{\'u}cleos urbanos, que eram a sua oportunidade e raz{\~a}o de ser. Estas quintas, mais do que um objeto arquitect{\'o}nico isolado, constituem um complexo de rela{\c c}{\~o}es entre o dom{\'e}stico, o territ{\'o}rio, a comunidade e os modos de vida, um sistema gerador de paisagem. Ao centrar o estudo nas fontes prim{\'a}rias procurou-se um levantamento que possibilite uma nova reinterpreta{\c c}{\~a}o desta arquitetura mais pr{\'o}xima do seu significado, compreendendo os prop{\'o}sitos que levaram a estes modos de construir, vincadamente marcadas pelo seu car{\'a}cter tradicional e familiar. As quintas da Terra Fria Transmontana n{\~a}o s{\~a}o apenas exemplares da economia agr{\'\i}cola mas tamb{\'e}m, e sobretudo, estruturas de ordem social e comunit{\'a}ria segundo uma hierarquia social patriarcal, encabe{\c c}ada pelo Padrinho - no sentido de patrono e n{\~a}o necessariamente de batismo - autoridade reconhecida que geria todos os recursos, das terras {\`a} alimenta{\c c}{\~a}o, num quadro dominantemente familiar. Este enquadramento familiar manifesta-se claramente na dimens{\~a}o da casa e da parcela, que garantia o sustento dos habitantes, mas {\'e} tamb{\'e}m evidente nos edif{\'\i}cios que integram a quinta, dos pombais {\`a}s capelas, passando pelos moinhos ou forjas, suprindo necessidades de habita{\c c}{\~a}o, produ{\c c}{\~a}o, armazenamento ou de comunidade. A casa {\'e} uma entidade cambiante, am{\'o}rfica, espont{\^a}nea, constru{\'\i}da, mantida e reconstru{\'\i}da de modo cont{\'\i}nuo pelos seus habitantes. Na aus{\^e}ncia de distin{\c c}{\~a}o entre construtor e habitante, desenvolvia-se num processo em que todos colaboravam nos per{\'\i}odos com menores tarefas agr{\'\i}colas, pelo que as formas de construir perpetuavam-se, n{\~a}o s{\'o} porque eram as {\'u}nicas conhecidas {\textendash} passadas de gera{\c c}{\~a}o em gera{\c c}{\~a}o {\textendash} mas, sobretudo, porque eram as {\'u}nicas que utilizavam os recursos existentes no local. Esta linearidade entre construtor, propriet{\'a}rio, habitante, agricultor, perdura atrav{\'e}s do tempo, pois depois de constru{\'\i}da a casa era conhecida pelo nome ou alcunha do propriet{\'a}rio, numa rela{\c c}{\~a}o de simbiose que se prolonga mesmo depois do desaparecimento da linhagem original, com os residentes a serem conhecidos pelo nome da casa. Esta rela{\c c}{\~a}o entre a topon{\'\i}mia das quintas e os seus propriet{\'a}rios {\'e} clara em muitos dos casos analisados, acabando por anular ou se sobrepor ao nome original. O abandono progressivo a que muitos exemplares foram votados em Portugal contribuiu para uma perda acelerada da mem{\'o}ria, essencial ao reconhecimento do lugar e da sua cultura. Urge reconhecer e valorizar esta heran{\c c}a essencial na constru{\c c}{\~a}o da paisagem local e uma das suas marcas identit{\'a}rias, identificando as suas fragilidades e potencialidades e estimulando a continuidade deste patrim{\'o}nio vivo.
}, keywords = {Arquitetura vernacular, Quintas, Sustentabilidade da constru{\c c}{\~a}o, Terra Fria Transmontana}, isbn = {978-072-9136-83-2}, author = {Gon{\c c}alves, J. and Mateus, R. and Ferreira, T.} }
The Centre for Territory, Environment and Construction (CTAC) is a research unit of the School of Engineering of University of Minho (UMinho), recognised by the “FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia” (Foundation for Science and Technology), associated to the Department of Civil Engineering (DEC), with whom it shares resources and namely human resources.
Currently CTAC aggregates 25 researchers holding a PhD of which 20 are faculty professors of the Civil Engineering Department. Read more
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