Hoje em dia, o sector da construção tenta encontrar soluções de utilização de alguns resíduos, com o intuito de minimizar os problemas relacionados com a produção do cimento e com a durabilidade do betão. Alguns estudos mostram que as cinzas volantes de biomassa (CVB) apresentam propriedades que permitem a sua utilização como material pozolânico. Contudo, existem ainda algumas limitações na sua utilização, nomeadamente as questões relacionadas com as barreiras comerciais.
Este trabalho foca-se no efeito da sua utilização como material substituto do cimento na produção de argamassas, com três níveis de substituição do cimento (20, 40 e 60%m). Em cada nível de substituição foram estudadas propriedades frescas e endurecidas das argamassas produzidas, como por exemplo, espalhamento, resistências mecânicas e absorção de água.
Os resultados mostraram que o espalhamento das argamassas diminuiu com o aumento da quantidade de cinzas adicionada. Argamassas com 20%m de substituição do cimento apresentaram os melhores valores em termos de resistência mecânicas e absorção de água.
O uso de CVB parece ser promissor, tendo em conta que as argamassas com até 20% de substituição apresentaram bons resultados em termos de qualidade e durabilidade. Estes resultados indicam que o uso de CVB, na produção de outros materiais, por exemplo em betões, pode conduzir a bons resultados, contribuindo inclusive para uma melhoria na sustentabilidade desses materiais, tendo em conta que se substitui cimento por um resíduo, sem se comprometer a qualidade e a durabilidade dos mesmos.